Diário de uma vida que eu não planejei (PARTE III)

E foi no longo e interminável período de oito meses em que, mesmo separada, continuei morando na mesma casa, que finalmente planejei. 

Planejei cada detalhe, anotei no meu caderno o meu novo começo. Criei estratégias, coloquei datas, listei prioridades. E acreditem, algumas coisas deram certo, muito certo, e outras, não. 

Minha breve trilogia é apenas o relato de uma vida bem normal. Beeeeemmmm normal. De uma pessoa (não estou escrevendo especialmente para as mulheres hoje) que acolheu seus medos e fragilidades. 

Quando planejamos, saber o que não queremos é importante, nos afasta de algumas armadilhas. Mas saber o que se quer, é fundamental. 

Claro que eu não comecei a planejar a minha vida só depois que me separei. Eu planejei muito, muitas vezes, a cada recomeço e a cada plano que não deu certo. 

Precisei de quatro anos para escrever essa parte da minha história. Teve um momento em que eu deixei de acreditar que pudesse amar de novo, que não me apaixonaria outra vez, que não seria amada ou desejada. Então percebi que só quando nos curamos é que nos permitimos, e eu me permiti. Descobri que quando conseguimos falar sobre algo, sem sofrer, é porque cicatrizamos as nossas feridas, e hoje compartilho com vocês. 

Ter passado por esse período de planejamento, revisitando a minha história, identificando minhas crenças, limpando meu lixo mental, organizando as minhas "gavetas" e principalmente ressignificando as verdades dos outros contadas pra nós, sobre nós, sobre as nossas "incapacidades", fez eu ter coragem de olhar para mim e me perdoar. 

Me perdoar por me arrepender, por querer voltar no tempo e fazer diferente. Confesso que tenho inveja de quem diz que não se arrepende de nada e que faria tudo igual outra vez. Eu me arrependo de um bocado de coisas. E que bom, assim consigo fazer escolhas mais assertivas. 

E eu sigo fazendo planos, porque me dei conta que eles nos aproximam de nossos sonhos. Quando estamos alinhados com nosso propósito, quando sabemos onde queremos estar, a vida vai tratando de nos apresentar pessoas, situações e oportunidades que nos deixam mais perto daquilo que nos faz mais feliz, mais feliz de verdade.

E eu, eu estou muito feliz porque...

Bem, isso daria outra trilogia. 





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