Diário de uma vida que eu não planejei (PARTE II)

 

Pois é, essa é a minha vida. Um monte de coisas que planejei e outras muitas (muitas) que não. 

E revisitando a minha história me dou conta que nem tudo precisa ser planejado, mas precisa ser intensamente vivido. E ao viver, poder planejar novos começos, como quando não planejei me separar, mas uma sequência de dias bons, e não tão bons, fez que eu começasse a planejar.

E essa é a segunda parte desse diário. 

Eu casei para ser feliz pra sempre. Porque o que Deus uniu, o homem não separa...blábláblá. Toda aquela história milenar contada por nossas mães, avós, tias, madrinhas. Tudo bem, elas não tiveram culpa. Eu cheguei a pensar que talvez o que tenha lhes faltado é coragem. Mas pensando bem, não conheci mulheres mais corajosas. Enfrentaram sozinhas seus monstros, seus medos. Enfrentaram relações abusivas, criaram seus filhos com uma força imensa, lutaram por suas famílias, zelaram pelos seus casamentos, muitos deles arranjados. Lutaram incansavelmente por aquilo que achavam certo. 

Essa coragem eu não tive. 

Mas eu tive, assim como elas, a coragem de fazer o que eu achava certo. E fiz. Fiz porque acredito nas relações saudáveis, porque acredito numa educação positiva, porque acredito nas parcerias nas relações. Tomei a decisão de me separar porque eu não estava feliz. E como já escrevi em outro texto, não responsabilizo ninguém por isso, apenas a mim mesma. Eu me anulei. 

E não quero aqui parecer a feminista chata que luta pelos direitos das mulheres (aqui caberia outro blábláblá). Acreditem, sou fã dos casamentos, os felizes. E conheço alguns. O que quero dizer é que pra mim não deu certo, e por um bom tempo me senti incompetente por não ter conseguido manter o meu casamento, até entender que deu muito certo, até acabar.

E foi no divórcio que precisei aprender a planejar de verdade. Fiquei oito meses separada morando na mesma casa, costumo dizer que foi a pior parte do meu processo de divórcio, porque eu enxergava o meu fracasso todos os dias. Onde eu tinha errado? 

Mas nesse longo e interminável período de oito meses eu finalmente planejei. Planejei cada detalhe, anotei no meu caderno (esse da foto) o meu novo começo. Criei estratégias, coloquei datas, listei prioridades. E acreditem, algumas deram certo, muito certo, e outras, não. 

Mas isso, eu te conto depois. 


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