Eu sigo formiga

Às vezes me sinto uma formiga saúva pesando 15 miligramas e com uma força 20 vezes a do meu próprio peso. Saúvas são acostumadas, como outras espécies de formiga, a carregar pedaços de folhas, sementes, insetos e outros objetos muito maiores e mais pesados do que elas próprias. E comigo não é diferente. 
Mas a conotação aqui não é negativa. Assim como a formiga, carrego coisas importantes para mim, e levo para um lugar especial. Isso porque como as formigas desenvolvi o meu melhor sentido, o faro, minha intuição. 
Para isso deixei de terceirizar o compromisso com meus projetos. Passei a ouvir aquela voz insistente que reclamava atenção e me pedia para revisar atitudes, para que elas fossem coerentes com meu projeto de vida. 
Nos acostumamos a fingir que está tudo bem. Fingimos para nós mesmos a ponto de convencer os outros a acreditarem nisso também. Assim evitamos acessar os arquivos dos nossos sonhos que promovem conflitos internos e emoções que desacomodam. 
Mal sabemos que ao acessar esses arquivos aprendemos a não negociar mais o percurso. Aprendemos a fazer apenas pequenos ajustes e então apreciar o caminho. Sendo flexíveis com nossos sentimentos melhoramos nosso diálogo interno, nos permitimos revisar nossa condição atual, abrimos espaços para o resgate dos nossos sonhos e nos cercamos das melhores ferramentas para realizá-los, especialmente pessoas em sintonia, alinhadas com o que a gente acredita de verdade.                            Talvez alguns prefiram ser gigantes, leões, elefantes... Eu sigo formiga: organizando as coisas aqui dentro de mim, carregando o que é de fato importante, o alimento da minha alma. E não trabalho sozinha, pois agrego lembranças, memórias e muita gente do bem. 

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