Não, esse post não é sobre a música do Legião Urbana, mas uma frase do meu texto deu nome a ele.
Ás vezes eu fico off. Estive fora por um tempo dedicando energia a um antigo projeto: escrever um livro. Da trilogia do poeta cubano: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro, só faltava esse para eu deixar as minhas heranças para o mundo.
Voltar a escrever por aqui (no site) é uma forma de resgate da minha vida bem normal. É quando foco meu olhar e atenção nos detalhes do dia-a-dia e me inspiro com as "pequenices" - mas não insignificantes - da vida.
Geralmente eu preciso escolher entre arrumar a cama ou brincar de pular nela com os meus filhos, e acreditem, para mim é uma escolha difícil, porque eu adoro uma cama bem arrumada, mas algumas vezes eu me permito escolher aproveitar o momento.
E escrever, para mim, é assim, eu escolho abrir um espaço para o meu mundo imaginário e acolho com carinho cada loucura que passeia pela minha mente barulhenta, e ela tem andado bem barulhenta. Eu pensei que ao terminar o meu livro eu me esvaziaria um pouco, e sim, "esvaziei", mas abri um espaço enorme onde cabem mais pensamentos, mais palavras, mais projetos, mais sonhos, mais vontades. Eu até ousei em novas escritas, rabiscos de um romance erótico, que talvez eu nem chegue a publicar (talvez).
Mas o que eu quero dizer com tudo isso é que cada um tem um jeito de acomodar seus pensamentos e sentimentos, e é preciso encontrar a forma de fazer isso para não andar, como na música do Legião Urbana: distraído, impaciente e indeciso. Por isso, eu escrevo.
Um dia uma amiga me falou: - Jana, tu sabe que não vai ganhar dinheiro com o livro, né? Eu sei, mas o que a gente quer, quando escreve algo, é que apenas, alguém leia. Assim como o artista deseja ver a sua tela numa parede, mesmo que seja apenas na casa do seu melhor amigo; ou como o cantor, que espera ouvir a sua música no rádio. Mas o que todos esperam, de verdade, é que tudo isso faça sentido para pelo menos um alguém, geralmente a gente mesmo.