Solidão e Solitude: a arte de apreciar a sua própria companhia


Talvez a legenda desse post deva ter provocado certa curiosidade: "quem será essa pessoa que ela andaria ao lado até o fim do mundo?" Bem, vamos lá. 

Há quatro anos vivo minha solitude sem sentir solidão, ainda que muitas pessoas não acreditem que alguém possa viver sozinho sem se sentir assim: sozinho. 

A solitude não é um lugar, é um estado de plenitude. É estar consigo mesmo de forma positiva, é um lugar de autocuidado... É uma escolha, mas não tem a ver com escolher estar sozinho ou não, e sim em querer estar consigo mesmo. 

Já, a solidão nos leva para um lugar de dor, de falta, de carência. A sensação do vazio que habita em nós, mesmo estando cercado de muitas pessoas; sejam amores, amigos, afetos. Muitas relações provocam essa sensação.

Talvez, por isso, a solitude seja como a arte, afinal, arte é algo que apreciamos, que contemplamos, e precisamos dispor de um tempo para isso. Na solitude cabe o tempo que desejamos, cabe o silêncio que precisamos ouvir, cabe o que é útil e belo. Só não cabe a solidão. É a arte de apreciar a sua própria companhia. O que eu tenho para oferecer a mim mesmo?

Pode ser aquele momento contemplativo de uma bela taça de vinho, a leitura sem pressa do seu livro favorito, o episódio da série tipo "enlatado americano" que te faz chorar sozinho, ou até mesmo aquele tempo a mais se revirando na cama. Pode ser um banho demorado, uma viagem adiada há tempos ou uma caminhada no parque. 

Foi na experiência da solitude que me senti mais inteira, onde percebi minhas preferências e onde eu descobri as melhores companhias, os poucos e bons amigos, e romances. Eu não senti medo de ficar sozinha depois que me divorciei, tive medo, apenas, de ceder a minha solitude para alguém que tirasse ela de mim. Por isso, vou comigo mesma até o fim do mundo. 


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