Filho especial (parte V): Uma alma presa a um corpo

Sempre que olho para o meu pequeno José, vejo que sua alma quer fazer coisas que seu corpo não deixa. Vejo em seu olhar um brilho diferente, uma vontade enorme de ir além, um desejo de tocar o intocável.
Seu corpo faz um esforço enorme para atingir o que para ele parece inatingível  E que grande sorriso se abre quando ele consegue. Uma expressão de satisfação, de desejo realizado, de reivindicação atendida!
E é assim que ele me encoraja a seguir em frente, a não desistir dos meus sonhos, a não ter medo daquilo que não conheço.
Com ele aprendo que não há limites, e que os obstáculos, podem sim, ser vencidos. Talvez essa seja mais uma das missões do José: aprendo todos os dias alguma coisa nova.
Seu crescimento e seus progressos são diários, visíveis e superam as expectativas. Depois da última cirurgia, ele teve uma melhora muito importante, principalmente no seu sono, por isso me emociono ao vê-lo dormir. Na verdade, me emociono ao vê-lo sorrir, me emociono ao vê-lo comer, me emociono ao vê-lo aqui, me emociono, me emociono, me emociono...Acredito que vou me emocionar por toda a vida.
Uma fisioterapeuta me disse ao avaliar o José: "Uma alma presa a um corpo." Acho que ela traduziu o que realmente enxergo quando olho para ele.