Conexão


Conexão, substantivo feminino. Ligação, união, vínculo. Quando há uma relação lógica com nexo e coerência. 

Palavra da qual estamos todos muito familiarizados em tempos de pandemia, porque nunca estivemos tão conectados, ainda que pareça tão contraditório estar. 

Mas a minha reflexão hoje, no finalzinho do ano mais doido dos últimos tempos, está acerca das conexões pessoais, inclusive as que distantes fisicamente. Na verdade, especialmente essas.

Porque essa experiência, desse novo normal, nos fez entender que, para que haja conexão, é necessário que haja interesses em comum; seja uma reunião de trabalho, uma aula, um curso, um flerte, uma paquera. Seja uma saudade, seja o que for...desde que comum aos envolvidos. 

Se os ganhos não forem recíprocos, onde um deixar de receber, a "relação esfria". Porque conexão é troca, partilha, envolvimento pessoal e espiritual. Ela simplesmente flui, acontece. 

É possível através da conexão perceber as alegrias, as preocupações, os sonhos, os medos, as verdades, (nela não cabem mentiras). Ela permite a criação de uma atmosfera confiável, em um universo positivo, que proporciona crescimento através da troca de experiências. Pois na conexão há permissão, comunicação clara, eficiente e eficaz, sem ruídos, transparente. Ela cria pontes e desata nós. Diminui distâncias e promove encontros.

Conectar é pensar 2020 como um emaranhado de fios naquela caixinha guardada, cheia de luzinhas de natal do ano passado. Mas o exercício de desfazer esses fios enrolados nos permite pensar 2021 e ver as coisas sob nova perspectiva, ver ao longe, com esperança. 

Tive planos em 2020 que não pude realizar, e realizei coisas que não planejei, o que me faz acreditar que sempre arrumamos desculpas para os nossos projetos não realizados, e quando temos uma desculpa (pandemia), mas ainda assim queremos de verdade, nada nos impede de realizar.

Eu e essa minha mania de ver o lado bom de todas as coisas. Quanta coisa eu aprendi, quantas coisas eu vivi nesse ano tão diferente. Estive mais perto dos meus filhos. Fiz as refeições com mais tempo e atenção (ainda que tenha me rendido uns quilinhos extras), fiz caminhadas com mais frequência, estudei, li mais, aprendi a aprender e estive mais perto daqueles que estão longe porque estivemos conectados. Conheci uma nova forma de amar, me permiti, e até me apaixonei. 

Me conectei comigo mesma de forma intensa. Fiz uma visita na minha história, um resgate das minhas memórias e uma cura das dores das escolhas equivocadas que eu fiz. Fiz um divórcio energético com aquilo que não cabia mais em mim e tratei com carinho de cada ferida. 

Reafirmei meu propósito de vida, o motivo pelo qual acordo todas as manhãs, a minha missão no mundo, aquilo que faço e que faz eu me sentir bem e que me permite fazer a diferença na vida das pessoas. E com isso veio as minhas verdades e novas vontades, e novos projetos, e novas metas.

Um dia uma amiga me disse que se sentia como a "Alice no País das Maravilhas" com uma conotação de ingenuidade, como se isso fosse algo não tão bom. Essa fala mexeu comigo por dias, e conclui que vivo nesse mundo também, pois como diria o Chapeleiro Maluco: "O segredo, querida Alice, é rodear-se de pessoas que te façam sorrir o coração. É então, só então que estarás no país das maravilhas."
E assim nos manteremos conectados e percebendo o mundo nesse novo ano sob uma nova perspectiva.

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