Mais um pedaço da minha história, que pode ser sua também.

"A gente não quer nenhum romance de filme, a gente só quer alguém que roube nosso riso quando a vida apertar." Li isso em algum lugar, e fez muito sentido pra mim.  Alguém que nos tire da rotina, vez ou outra. Talvez porque a gente já tenha aprendido apreciar a nossa própria companhia, talvez porque a gente já tenha juntado os nossos pedaços espalhados com as experiências vividas, ou talvez porque simplesmente a gente queira assim.

Eu gosto da minha vida. De quem eu sou e do que eu faço. Já mudei para caber no mundo de alguém, e precisei voltar a ser quem eu era para caber no meu mundo outra vez. E sem dúvida, a clássica:  "se precisa forçar é porque não é o seu tamanho. Isso serve para anéis, sapatos, amizades, profissões e relacionamentos", se aplica aqui.

Na verdade ninguém quer ter que se ajustar e nem espera que alguém se ajuste. Desejamos apenas que flua.  É muito perigoso quando nos vemos no espelho e não nos reconhecemos. Deixar de ser quem eu sou para ser quem desejam que eu seja, faz com que a gente fique muito parecido com o outro, e quando isso acontece, o outro perde o interesse, porque não nos apaixonamos pelas concordâncias e sim pelo que o diferente provoca na gente, e que nos faz ter vontade de ser uma pessoa melhor, e até vontade de mudar, mas sem cobranças, não porque o outro quer, mas sim porque sentimos vontade de experimentar toda a delícia que o outro tem pra te dar (entende-se delícia, a admiração que temos pela vida da outra pessoa).

E não me refiro apenas ao amor romântico ou de conotação sexual. Me refiro a todas as relações. Quando desejamos que o nosso filho mude, que o nosso amigo mude, que o nosso chefe mude, porque não estamos satisfeitos com a gente e não queremos estar sozinhos no mundo, então queremos ter um outro igual a gente para nos fazer companhia. 

E assim fui me distanciando de mim mesma. Mas a vida, sempre tão generosa, vai me apresentando pessoas, lugares, situações e memórias que me resgatam e me permitem escrever mais um pedaço da minha história, e que pode ser de outra pessoa também, na verdade sempre é. 

Um pedaço da minha história que ama a minha gargalhada alta, que ama meu cabelo bagunçado, que ama ver o lado bom de todas as coisas. Um pedaço da minha história que não se importa em mudar pelo outro, desde que isso me faça feliz de verdade, e se for assim, tudo bem. Mas principalmente um pedaço da minha história que passou a fazer sentido e que cabe direitinho em qualquer lugar que eu chegue e queira ficar. 






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